O ano de 1972 foi recheado de ótimos lançamentos musicais
em terras tupiniquins. Novos Baianos (“Acabou Chorare”), Caetano Veloso (“Transa”),
Gilberto Gil (“Expresso 2222”) e Paulinho da Viola (“A Dança da Solidão”),
todos eles gravaram discos que ficariam eternizados para sempre na MPB.
Contudo, um álbum duplo chamaria muito a atenção e seria venerado pelas
gerações seguintes.
“Clube da Esquina”, de Milton Nascimento e Lô Borges, nada
mais foi do que uma reunião de diversos amigos (Beto Guedes, Toninho Horta,
Wagner Tiso, entre outros) que costumavam fazer um som na esquina entre as ruas
Divinópolis e Paraisópolis no bairro de Santa Tereza, Belo Horizonte.
Influenciados pela bossa nova, rock dos Beatles, música indígena brasileira,
música clássica, Miles Davis, John Coltrane e muito mais, essa grande geleia
sonora se tornou um maravilhoso disco duplo. Ao longo de 21 músicas, o “Clube”,
segundo o site especializado em música “Pitchfork”, é “Pet Sounds” (Beach
Boys), “Innervisions” (Stevie Wonder) e o “The White Album” (Beatles) tudo em
um só.
Para celebrar essa obra, Milton Nascimento anunciou no fim
do ano passado que iria realizar uma turnê em homenagem a essa perola e ao
“Clube da Esquina 2”, que foi lançado seis anos depois (1978), e é tão bom
quanto o primeiro, em 2019. Os shows vão ocorrer entre os meses de março e
junho nas cidades de Juiz de Fora, Belo Horizonte, Brasília, São Paulo, Rio de
Janeiro, Curitiba, Paris (França), Madri (Espanha), Zurique (Suíça), Amsterdã
(Holanda), Lisboa e Porto (Portugal).
Milton prometeu resgatar clássicos de ambos os discos e
músicas que o público nunca escutou. Além disso, o cantor e compositor mineiro
deve incluir canções dos discos “Minas” (1975) e “Geraes” (1976), que, segundo
o próprio em sua página no Facebook, “vieram entre os dois álbuns do Clube e
que possuem total ligação com os mesmos”.
A venda de ingressos já começou e em algumas cidades já
estão esgotados. Dessa forma, vale a pena correr e adquirir um ingresso do que
promete ser uma das melhores turnês do ano, sem sombra de dúvidas. Como uma vez
Elis Regina declarou sobre o Bituca, “se Deus cantasse, ele cantaria com a voz
de Milton Nascimento”.
Comentários
Postar um comentário