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Mostrando postagens de maio, 2019

Para ler, ver e ouvir no final de semana #1 – Kim Gordon, Special e Terno Rei

Para ler: A garota da banda (Kim Gordon) Apesar de ter encerrado as atividades em 2011, com seu último show aqui no Brasil, o Sonic Youth continua sendo uma das bandas mais originais que já surgiram na música. Formada no começo dos anos oitenta em Nova Iorque, o grupo antecipou muito da sonoridade que o Nirvana depois construiria sua curta carreira. Um dos nomes mais importantes do grupo é a artista Kim Gordon. Sim, artista. Em seu livro de memorias lançado aqui no Brasil em 2015 pelo nome de “A garota da banda”, é possível perceber que Kim não foi apenas a baixista e vocalista do Sonic Youth, ela também é pintora, escritora, enfim, uma artista. Em quase 300 páginas, a nova-iorquina de 66 anos conta muito do que os fãs do quarteto sempre quiserem saber, os perrengues no início de carreira, como os principais discos foram construídos, o que influenciou o som ímpar da banda, seus projetos paralelos e principalmente o fim do Sonic. Talvez esse seja o tema mais interessante

O lado instigado da lua na Virada Cultural

Todo fã que se preze do Pink Floyd conhece a história de que o disco The Dark Side of The Moon (1973) tocado simultaneamente com o filme O Mágico de Oz (1939) se encaixam em diversos momentos, seja pelas letras das músicas ou pela sincronia audiovisual. Aqueles que já fizeram a experiência sabem que isso é verdade e não mito. Segundo os integrantes da banda, nada disso foi proposital. De acordo com o baterista da banda Nick Mason, “algum cara com muito tempo livre teve essa ideia de combinar os dois. ” Apesar de não ter sido proposital, a coincidência é muito surreal. Não é preciso de uma “ajudinha química” para perceber a sincronia quando Dorothy balança em cima do muro e o verso de “Breathe” canta “balançando na maior onda. ” Mas por qual diabos isso tem a ver com a Virada Cultural que ocorreu em São Paulo entre os dias 18 e 19 de maio? Como parte da programação, a banda de Fortaleza Cidadão Instigado executou no domingo (19) o repertorio do disco com a ex

O jazz sobrevive muito bem, sim, senhor

Miles Davis, John Coltrane, Chet Baker, Charlie Parker, Thelonious Monk, Louis Armstrong, quem gosta de jazz não discute que esses, entre outros grandes nomes, são a nata do jazz. Porém, a maioria dessa grande turma já descansa em paz ou, aqueles que ainda seguem na ativa, entram cada vez menos em turnê. Dessa forma, eu elaborei uma lista de quatro nomes, dois nacionais e dois internacionais, de bandas e músicos que desenvolvem na atualidade um jazz de ótima qualidade. Formado por volta de 2010, os paulistas do Bixiga 70 misturam diversos tipos de música (africana, ritmos latinos, jazz, etc.). Com uma trupe de 10 integrantes, a banda ao vivo faz um dos melhores shows instrumentais da atualidade. Não importa onde for, não é possível ficar parado ao som desses caras. O último disco deles, “Quebra-Cabeça”, lançado no ano passado e considerado por diversos críticos como um dos principais lançamentos do ano, é uma ótima porta de entrada para o som deles. Nascido em Rec

Bikini Kill, antes e agora: uma visão na frente do palco da revolução do punk

Tradução da matéria escrita por Evelyn McDonnell e publicada em 3 de maio de 2019 no site do The New York Times Quando o Bikini Kill entrou no palco do lotado Palladium em Hollywood no dia 25 de abril, a banda recuperou um pódio que tinha deixado há 22 anos. Para muitos na plateia, o show era a primeira chance de ver a banda que eles descobriram através de livros, ou de filmes, ou talvez até na coleção de discos de suas mães. Para outros, que era o meu caso, foi um choque para um momento definitivo em nossas vidas. Tempo acertado, e eu percebi: Bikini Kill é tão vital quanto eu lembrava. Eu era um fã de punk e jornalista com 28 anos que praticamente tinha desistido da frente do palco quando eu entrei no número 924 da Rua Gilman em Berkeley, Califórnia, numa noite de sábado em 1992 – ou era o que eu pensava. Em uma década indo em shows, eu tinha sido esmagado várias vezes em mosh pits e isso me forçou em ver as bandas dos confins seguros do fundo da plateia. Então, e

Uma noite no Clube da Esquina

No fim do ano passado, fiquei muito surpreso ao descobrir que o grande Milton Nascimento estava preparando algo para celebrar os discos do Clube da Esquina. Não sei exatamente a razão, mas passei o ano de 2018 altamente influenciado pelo som desses álbuns. Para quem não sabe, o primeiro disco, lançado em 1972, catapultou uma galera de Minas Gerais para os holofotes da MPB. Influenciado por uma penca de sons, de Beatles até o jazz de Coltrane, “Clube da Esquina” e “Clube da Esquina II” são um exemplo de como a música brasileira é rica e, ao contrário da opinião de uma meia dúzia de idiotas, consegue competir em pé de igualdade com o que é feito no exterior. Com uma turnê passando pelas principais praças do país (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, etc.) e algumas cidades no exterior (Londres, Lisboa, Madri, etc.), a compra de ingressos foi altamente concorrida. Por exemplo, em São Paulo, Milton teve que adicionar duas datas extras para o show que estava marc