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Os 50 discos preferidos de Kurt Cobain




De The Breeders até Butthole Surfers até David Bowie – esses são os 50 melhores álbuns de acordo com Kurt Cobain do Nirvana



Quando os diários de Kurt Cobain foram publicados em 2002, os fãs tiveram uma genuína ideia sobre o homem e sua música através do que ele escreveu, assim como uma serie de ilustrações pessoais. Os assuntos que Kurt atacava variavam de suas inseguranças pessoais sobre a cultura pop e sua insatisfação com o mundo que ele via ao seu redor. Nas 280 páginas do livro, sua fascinação com a música vai fundo.
Assim como todo nerd por música, Kurt também se sentiu obrigado a fazer uma lista com os seus discos favoritos, com o título ‘Top 50 by Nirvana’. Essa lista é apresentada aqui com as nossas anotações. Sugerimos que você conheça esses álbuns. Moldou o jeito como Kurt pensava, escrevia e tocava, e talvez mude a sua vida...



1. Iggy And The Stooges – Raw Power (Columbia, 1973)


O terceiro e mais forte álbum dos Stooges soa como uma banda que está genuinamente prestes a auto se destruir – o que obviamente estava para acontecer. Apesar de David Bowie ter agido como mentor e coprodutor, a própria bravata de Iggy Pop contrasta com parte do lirismo emocional, “I Need Somebody” sendo um exemplo particular dessa vulnerabilidade.  O próprio Kurt uma vez ligou para Iggy para sugerir uma parceria, mas infelizmente a tentativa de retorno foi ignorada.



2. Pixies – Surfer Rosa (4AD, 1988)

O modelo para tantas músicas modernas, Pixies provou que você pode casar pop esperto com um toque punk e criar música que esteja viva com romantismo e surrealismo em igual medida. A quinta faixa, “Gigantic”, é prova disso, com Cobain admitindo abertamente seu desejo em emular as dinâmicas quieto-barulhento-quieto tão evidentes em Surfer Rosa.




3. The Breeders – Pod (4AD, 1990)

Quando Kim Deal (Pixies) e Tanya Donnelly (Throwing Muses) decidiram bêbadas formar uma banda, elas tiraram a marca de “supergrupo” com facilidade. Como? Fazendo um álbum que é totalmente alegre e espontâneo – o frescor do disco, decorrente do fato de ter sido gravado por Steve Albini em uma semana, o produtor se recusando a permitir takes múltiplos desnecessários. Ele faria esse tipo de abordagem com o mesmo rigor em In Utero do Nirvana.




4. The Vaselines – Dying For It EP (53rd And 3rd, 1988)

Apelidado de “EP rosa” por Kurt, esse segundo esforço da banda indie de Glasgow contém dois músicas que seriam mais tarde reproduzidas pelo Nirvana. “Molly’s Lips” e “Jesus Wants Me For A Sunbeam”. Após 30 anos do lançamento desse EP, as versões originais ainda possuem um senso de inseguridade lasciva.




5. The Shaggs – Philosophy Of The World (Third Word Records, 1969)

Esse único disco pelas adolescentes do The Shaggs foi ridicularizado pelos críticos com o passar do tempo. Apesar do peso, a sensibilidade pop chiclete e a ingenuidade das músicas como “Halloween” se aproxima de Kurt e, mais tarde, dos discípulos do Nirvana Deerhoof.




6. Fang – Landshark (Boner Records, 1982)

Sem a disposição de se comprometer, os punks Fang da East Bay montaram seu próprio selo, Boner Records (depois a casa dos heróis de Cobain e Novoselic, Melvins). Essa estreia selvagem é um pilar do hardcore do início dos anos oitenta, a faixa chave “The Money Will Roll Right In” sendo reproduzida por todo mundo, de Nirvana até Metallica.




7. MDC – Millions Of Dead Cops (R Radical, 1982)

Com um dos melhores nomes de banda de todos os tempos, os texanos do Millions Of Dead Cops exerceram uma grande influência na cena emergente americana de punk underground no início dos anos oitenta através tanto da abordagem musical pesado e rápido, assim como sua veia de esquerda na política. Ambas qualidades foram abraçadas pela então chamada Gen X e a florescente cena de Seattle em particular.




8. Scratch Acid – First EP (Rabid Cat, 1984)

Durante a carreira de cinco anos, os ruidosos texanos do Scratch Acid permaneceram uma força intransigente. O autointitulado EP que eles lançaram achou um público no Reino Unido, algo que o frontman David Yow e o baixista David Sims capitalizaram quando eles formaram o The Jesus Lizard em 1987. O single dividido do Nirvana com o The Jesus Lizard em 1993 “Puss/Oh The Guilt”, iria atingir o número 12 nas paradas britânicas.




9. Saccharine Trust – Paganicons (SST, 1981)

É difícil pensar em um selo mais vital nos anos oitenta do que a SST Records. Fazendo companhia para bandas como Black Flag, Hüsker Dü e Minutemen, a banda de pos-punk de Los Angeles esculpiu seu próprio nicho na gravadora, seu denso, som textual influenciou aqueles que estavam genuinamente dispostos a escutar – Cobain, claro, estava entre eles.




10. Butthole Surfers – Butthole Surfers (Alternative Tentacles, 1983)

Os texanos de acid-punk desenharam uma linha entre o psicodelismo dos anos 60 e o punk rock, parando para entregar muito humor de banheiro no caminho. Como resultado disso, o autointitulado debute também é conhecido como “Brown Reason To Live” e também “Pee Pee The Sailor” – título no qual Cobain preferia.




11. Black Flag – My War (SST, 1984)

Seguindo o feroz disco de estreia, Damaged, os californianos do Black Flag repensaram sua abordagem musical e entregaram um segundo esforço em que a influência do Black Sabbath é marcante. O resultado é um álbum que cimenta a conexão entre o hardcore underground e a cena de metal nos Estados Unidos.




12. Bad Brains – Rock For Light (Passport, 1983)

Produzido pelo vocalista do The Cars Ric Ocasek, o segundo disco do Bad Brains é mais apertado que o primeiro, sem perder nada da habilidade do quarteto de Washington de se mover entre o punk, reggae e hard rock a vontade. Com a faixa “Attitude”, a banda também cria um som no qual a mensagem continua a ressoar e inspirar.




13. Gang Of Four – Entertainment! (EMI, 1979)

Um dos maiores discos de pós-punk de todos os tempos, a estreia do Gang Of Four é um exercício em tensão musical. Naca soa como esse disco quatro décadas depois, com 12 faixas influenciando todo mundo, de Fugazi até Daughters no caminho. Uma rápida explosão em “Natural Not In It” deve te dizer o motivo...




14. Sex Pistols – Never Mind The Bollocks, Here’s The Sex Pistols (Virgin Records, 1977)

O vocalista dos Sex Pistols Johnny Rotten (Lydon) uma vez criticou o fato do Nirvana ter aparentemente roubado parte do título de seu álbum. “Eu pensei, Nevermind? Você perdeu as suas bolas ou algo do tipo? ” ele latiu, antes de descrever “Smells Like Teen Spirit” como “uma das maiores músicas pop de todos os tempos” e concedendo perdão. Obrigado, Senhor...




15. The Frogs – It’s Only Right And Natural (Homestead, 1989)

“Men (Come On Men)”, “Dykes Are We” e “Homos” são alguns dos títulos ambíguos que estão incluídos nesse álbum onde instrumentação lo-fi é superada por letras homoeróticas de confronto. Perseguidos por grupos religiosos conservadores, o grupo de folk-punk de Wisconsin – liderado pelos irmãos Flemion, Dennis e Jimmy – reagiram gravando um som com o título “God Is Gay” e incluindo no próximo disco.




16. PJ Harvey – Dry (Too Pure, 1992)

Operando na premissa de que provavelmente devemos gravar apenas um disco, a nascida em Dorset Polly Harvey entregou uma estreia que é lascivo, cru, pesado nas guitarras e emocionalmente aberta. E transpira, Dry foi o primeiro passo numa encantadora carreira que agora se estende por três décadas e novo discos de música totalmente inspiradora.




17. Sonic Youth – Daydream Nation (Blast First, 1988)

Os heróis do noise de Nova Iorque Sonic Youth assinaram sua carreira com uma gravadora independente com esse magistral disco duplo. Seu trabalho mais expansivo e caro até hoje, Daydream Nation também apontou um caminho para uma série de grupos do underground norte americano em abraçar uma música mais experimental – Nirvana entre eles – ao contrário do que ficar numa atitude constrangida puritana auto imposta do punk.




18. The Knack – Get The Knack (Capitol, 1979)

Kurt famosamente uma vez descreveu o som do Nirvana como “Black Sabbath tocando The Knack” – daí a inclusão desse disco nessa lista. Apesar de todo o sucesso comercial, vale a pena lembrar que o quarteto de Los Angeles gastou apenas R$ 18 mil gravando essa estreia que foi disco de platina e multiplatina – algo que para os padrões do fim dos anos setenta é algo insignificante. Muito punk...




19. The Saints – Know Your Product (Harvest, 1996)

Os australianos orientados por guitarra The Saints surgiram na mesma época que a primeira geração do punk britânico e lançaram o seu single de estreia, “I’m Stranded”, no verão de 1976. Os britânicos abraçaram eles totalmente, enquanto os americanos pareceram mais impermeáveis aos seus avanços. O status de heróis cult é confirmado pela popularidade da compilação Know Your Product no qual Kurt adicionou nessa lista.




20. Kleenex – Anything by…

A Suíça não é conhecida pela sua cena punk, mas desovou Kleenex – o quarteto feminino post punk surreal que assinou com o selo britânico Rough Trade. Enquanto Kurt não recomendou nessa lista um disco em específico devido à escassez de gravações, nós estamos felizes de recomendar Kleenex/Liliput – uma antologia lançada em 1993 – que mostra o trabalho da banda original e sua subsequente vestimenta, Liliput.




21. The Raincoats – The Raincoats (Rough Trade, 1979)

Enquanto o punk rapidamente se achou codificado, o quarteto londrino The Raincoats abraçou tanto a atitude DIY (do it yourself – faça você mesmo), assim como a sua inicial abordagem experimental para criar um álbum de estreia percussivo e ousado. As influências variam do dub ao jazz nessa oferta autointitulada – um disco que Kurt amava tanto que ele escreveu as “sleevenotes” para o seu relançamento.




22. Young Marble Giants – Colossal Youth (Rough Trade, 1980)

Kurt declarou que a primeira vez que ele escutou o post punk do Young Marble Giants foi um ano antes do Nirvana gravar Bleach e ele admirava o quarteto do país de Galês com seu minimalismo e abordagem atmosférica. Seu som favorito, “Credit In The Straight World”, foi reproduzido pelo Hole em Live Through This, e ainda soa esparsa, hipnótica e estranhamente futurista.




23. Aerosmith – Rocks (Columbia, 1976)

Antes das inúmeras baladas, o Aerosmith era a verdadeira banda americana de rock ’n’ roll. O talento e mau comportamento deles claramente teve apelo sobre o gosto inicial musical de Kurt, que inicialmente era mais católico do que o gosto que ele adquiriu depois. Seu amor por Aerosmith e Led Zeppelin é melhor sublinhado na música “Aero Zeppelin” – som incluído na compilação de 1992 Incesticide.




24. Various – What Is It (What Records?, 1982)

A florescente cena de Golden State no fim dos anos setenta é tardiamente “antologizada” nessa compilação, no qual Kurt se refere simplesmente como “punk comp California”. Com faixas de The Dils, The Skulls e Kaos, What Is It tem duas faixas do The Germs – a banda que conta com o futuro guitarrista do Nirvana Pat Smear no seu quadro.




25. R.E.M – Green (Warner Bros., 1988)

Kurt geralmente mostrava sua admiração pelo R.E.M, entusiasmado com a maneira no qual eles conseguiram ir de uma gravadora independente para uma grande, sem abrir mão da integridade que possuíam. Ele também admirava as composições do grupo – algo que se desenvolveu consideravelmente em Green (seu primeiro lançamento para a Warner Brothers). O disco mundialmente conhecido do R.E.M. Out Of Time viria três anos depois cimentando a ascensão do underground alternativo norte americano para os estádios do mundo.




26. Shonen Knife – Burning Farm Cassette (Self-released, 1983)

Os adoradores dos Ramones Shonen Knife gravaram seu primeiro disco nas mais básicas circunstâncias e aliviados pela proficiência musical. Isso dito, o que emergiu nessa estreia é o mesmo senso de ingenuidade que define o primeiro lançamento do The Shaggs. Se “Tortoise Brand Pot Cleaner’s Theme” continua sendo um dos títulos mais finos empregados pelo trio japonês, sua habilidade em escrever ganchos pop é também evidente. A afeição do Nirvana por esse trio de Osaka era tanto que eles insistiram para a banda abrir os shows para eles na turnê britânica que eles empregaram um pouco antes do lançamento de Nirvana.




27. The Slits – Typical Girls (Island, 1979)

Produzido pelo produtor de reggae e músico nascido na Ilha de Barbados Dennis Bovell, a estreia do The Slits é um punhado mix de melodias não convencionais de post-punk, ritmos reggae de garagem e texturas dub, e no topo o estilo vocal distintivo de Ari Up. A faixa favorita do The Slits de Kurt, “Typical Girls”, é um bom ponto de partida para qualquer um que deseja se familiarizar com essa banda verdadeira e única, enquanto a autobiografia da guitarrista Viv Albertine, Clothes Clothes Clothes Music Music Music Boys Boys Boys, traz uma visão para você de como era ser uma mulher crescendo em um mundo de punk rock nos anos setenta dominado pelos homens.




28. The Clash – Combat Rock (CBS, 1982)

O quinto disco do The Clash é geralmente criticado pelos puristas do punk. Seu mais acessível material, também se provou seu maior sucesso comercial – a banda essencialmente se fragmentando em sua esteira. Um conto preventivo, se alguma vez houve um...




29. The Faith/Void – The Faith/Void (Dischord, 1982)

O disco que as bandas punks de DC The Faith e Void dividiram continua como uma das principais pedras do punk norte americano, incluindo 24 faixas de alta velocidade e bombástico hardcore. Apesar da pouca vida que essas bandas tiveram, tanta música agressiva pode ser rastreada até o impacto desse lançamento singular.




30. Rites Of Spring – Rites Of Spring (Dischord, 1985)

Se The Faith e Voids definiram a marca para a velocidade e poder, a banda de DC Rites Of Spring focou em um som mais expansivo e letras internalizadas. É com essa abordagem que os membros da banda Guy Picciotto (vocais, guitarras) e Brendan Canty (bateria) iriam refinar no Fugazi com o vocalista Ian MacKaye e o baixista e vocalista Joe Lally.




31. Beat Happening – Jamboree (K, 1988)

De todas as bandas que emergiram no fim dos anos oitenta do Norte do Pacífico dos Estados Unidos, Beat Happening era talvez a banda cujo a dívida com a cena inglesa indie era mais proeminente. Em nenhum lugar a chamada sensibilidade “twee pop” é mais evidente do que nesse disco – um álbum que foi coproduzido por Mark Lanegan e Gary Conner do Screaming Trees. De fato, a terceira faixa, “Indian Summer”, se tornou um tipo de hino indie norte americano.




32. Tales Of Terror – Tales Of Terror (CD Presents, 1984)

Os punks de Sacramento Tales Of Terror duraram o tempo suficiente para gravar um disco – a banda se separou quando o guitarrista Lyon Wong morreu após uma briga de rua. Apesar da carreira breve, o impacto deles na crescente cena underground dos Estados Unidos é tão evidente, não apenas graças a sua inclusão nessa lista, mas também pelo fato da banda de Seattle Green River ter gravado um cover de “Ozzy” em seu EP Dry As A Bone de 1987.




33. Leadbelly – Leadbelly’s Last Sessions Vol. 1 (Melodisc, 1959)

Em dezembro de 1989, Kurt Cobain contribuiu no cover do bluesman Leadbelly “Where Did You Sleep Last Night? ” que aparece no primeiro disco solo de Mark Lanegan, The Winding Sheet. Quatro anos depois, Nirvana revisitaria essa música durante a marcante performance do Unplugged, entregando uma íntima e emocionalmente carregada versão dessa música.




34. Mudhoney – Superfuzz Bigmuff (Sub Pop, 1988)

Os padrinhos da cena do fim dos anos oitenta de Seattle, Mudhoney, permaneceram a banda mais consistente de sua geração. Sua mais recente turnê pelo Reino Unido e Europa confirmam isso; a inclusão de novo material de seu último trabalho, Digital Garbage, se encaixa confortavelmente com os sons clássicos desse EP que definiu uma era.




35. Daniel Johnston – Yip/Jump Music (Self released, 1983)

Lançado originalmente em cassete, essa quinta coleção de músicas mostra a abordagem caseira de Daniel Johnston para fazer música e seu charme de forasteiro. Quando Kurt foi fotografado usando uma camiseta com o título da sexta coleção de Johnston, Hi, How Are You, o compositor baseado em Austin foi introduzido a uma nova geração. Seu status de cult permaneceu e em 2005 ele foi o assunto de um impressionante filme, The Devil And Daniel Johnston, que aborda o impacto da bipolaridade em sua vida.




36. Flipper – Album – Generic Flipper (Subterranean, 1982)

Kurt era tão obcecado pelo Flipper que ele chegou a fazer um desenho a mão numa camiseta com o logo deles, enquanto Krist Novoselic estava tão impressionado com a banda que ele chegou a se juntar ao grupo em 2006, aparecendo em dois discos que estavam em gravação. A razão para toda essa idolatria é por conta da estreia deles -  um disco que simultaneamente descontrói o rock ‘n’ roll, diminuindo a velocidade para um passo de caracóis, enquanto se aquece nas tendências niilistas do punk.




37. The Beatles – Meet The Beatles (Capitol, 1964)

O segundo disco dos Beatles lançado nos Estados Unidos, Meet The Beatles, é provavelmente o mais pop deles – sublinhando exatamente de onde vinha a veia melódica de Kurt. Nos seus diários, Kurt também admitiu sua fascinação por John Lennon, seu culto pela personalidade, assim como por sua música.




38. Half Japanese – We Are Those Who Ache With Amorous Love (Tec Tones, 1990)

Outra banda dos Estados Unidos armada com um espírito independente e um senso glorioso de inocência, Half Janapese continua fazendo música em seus próprios termos nos últimos trinta anos. Tanto era o amor do Nirvana pelo estilo de tocar deles, art-pop experimental, Half Japanese foi adicionada para vários shows na turnê de In Utero junto do The Breeders.




39. Butthole Surfers – Locust Abortion Technician (Touch And Go, 1987)

O segundo disco do Butthole Surfers na lista de Kurt, Locust Abortion Technician é um disco pesado que mostra os psych-punks do Texas se dirigindo para um território mais barulhento. Usando equipamento barato e atos autoindulgentes de total excesso, o terceiro disco do Butthole possui uma borda maníaca genuína.




40. Black Flag – Damaged (SST, 1981)

Mais direto do que o já mencionado My War, Damaged marca a estreia de Henry Rollins no Black Flag e continua um dos discos mais influentes de punk em todos os tempos. A abertura com “Rise Above” é prova disso.




41. FEAR – The Record (Slash, 1982)

Os punks do Fear de Los Angeles se formaram em 1977 e rapidamente estabeleceram uma reputação baseada numa atitude sem compromisso. Sem medo de abusar do seu público, seu senso de niilismo é evidente em faixas como “Let’s Have A War” e “I Don’t Care About You” – ambas aparecem nesse disco.




42. Public Image Ltd – The Flowers Of Romance (Virgin, 1981)

O terceiro disco pós Pistols lançado pelo coletivo PIL de John Lydon, The Flowers Of Romance é um incrível caso de intensidade. Às vezes é difícil localizar a fonte de intensidade. Talvez seja apenas a natureza percussiva implacável do material. Ou apenas se ajuste ao próprio Lydon. De qualquer forma, é o seu momento implacável que aponta para música industrial, porém sem soar uma única vez com esse gênero em particular.




43. Public Enemy – It Takes A Nation Of Millions To Hold Us Back (Def Jam, 1988)

“O rap é a única forma vital de música introduzida desde o punk, ” declarou Kurt. De fato, o segundo disco do Public Enemy também confirmou que o hip-hop tinha se distanciado das raízes de singles ou do gênero orientado por faixas (track-orientated genre). Esse álbum foi concebido como trilha sonora para a vida moderna, a produção adicionando diferentes dinâmicas e níveis de detalhes, enquanto as letras são endereçadas para assuntos reais.  




44. Marine Girls – Beach Party (Whaam! Records, 1982)

Mais agit-punk britânico, mas dessa vez com a frustação adicionada de ter nascido em Home Counties. Liderado por Tracey Thorn – mais tarde no Everything But The Girl e depois em uma carreira solo de mérito próprio – a estreia do Marine Girls é engenhosa, caprichosa e irritada.




45. David Bowie – The Man Who Sold The World (Mercury, 1970)

Poucas pessoas conseguiram gravar um cover de David Bowie como o Nirvana fez na performance do Unplugged gravado em novembro de 1993. Revisitando as filmagens e você pode se maravilhar como Kurt parece possuir e habitar as letras desta faixa do disco de 1970 – o original sendo gravado por Bowie muito antes dele achar o próprio estrelato.




46. Wipers – Is This Real? (Park Avenue Records, 1980)

O compositor de Portland Greg Sage originalmente mirou em gravar e lançar seus próprios discos e promover sem passar pelos canais usuais. Ele argumentou que as pessoas iriam escutar a música de uma maneira que iria permitir que eles se envolvessem totalmente. Is This Real? é um notável primeiro passo na sua tentativa de criar um senso de engajamento.




47. Wipers – Youth Of America (Park Avenue Records, 1981)

A segunda tentativa de Sage é menos punk e direto, mas não menos absorvente – ele ecoa o minimalismo punk dos anos setenta, enquanto a faixa título se alonga por mais de 10 minutos. A diferença marcante na abordagem parece que confundiu os fãs de Is This Real?, embora a história tenha visto que YOA foi julgado no mesmo nível da estreia clássica da banda.




48. Wipers – Over The Edge (Trap Records, 1983)

O terceiro disco dos Wipers continua a trajetória de Sage, nesse momento indo para um território mais acessível. A afeição de Cobain pelos três álbuns talvez sublinhe suas próprias mudanças de perspectiva tanto em sua música, como em suas próprias ambições.




49. Mazzy Star – She Hangs Brightly (Rough Trade, 1990)

Enquanto o Reino Unido gerou os principais nomes da cena shoegaze, o Mazzy Star de Santa Mônica desenhou em música cósmica dos Estados Unidos e psicodelia para criar sua própria visão do gênero. A estreia da banda oferece evidências disso, com "Ghost Highway" um destaque atmosférico com jatos de areia.




50. SWANS – Young God EP (K.422, 1984)

Muitas vezes chamado de Raping A Slave or I Crawled, esse EP de quatro faixas captura a abordagem inicial claustrofóbica do SWANS para música, assim como sua visão de mundo sombria. Todas as quatro músicas são brutais e desafiadoras, forçando o ouvinte a se confrontar e o mundo ao seu redor. É esse espirito de confronto que o Nirvana claramente atraiu e no qual informou a dicotomia em grande parte das letras e músicas de Kurt.




*essa é uma tradução livre do texto postado em 5 de abril de 2019 no portal da Kerrang.


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