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Como a turnê Smokin Grooves levou o rap para as massas




A matéria abaixo é uma tradução livre da publicação de 15 de junho de 2018 feita por Eric Ducker no portal da Pitchfork.com

Leões no palco! Toca discos de tamanho humano! Paz, plateias fumando maconha! A história da primeira grande turnê nacional de hip-hop por aqueles que estiveram lá.

Com um line-up de Fugees, Cypress Hill, Ziggy Marley, A Tribe Called Quest, Busta Rhymes e Spearhead, Smokin Grooves estreou pelos Estados Unidos em 1996, passando por cidades como Columbus, Ohio; Park City, Utah; e St. Paul, Minnesota – lugares que não eram conhecidos por ter uma cena de hip-hop naqueles dias. A utopia alternativa de Perry Farrell, Lollapalooza, passou a primeira metade da década popularizando a turnê de shows no verão para uma nova geração, mas seu line-up geralmente constava com poucos atos de rap. Smokin Grooves foi a primeira turnê de anfiteatros no qual quase todos as performances tinham raízes no hip-hop.

Organizado por Kevin Morrow do House of Blues e Cara Lewis, o agente de reservas que recebeu o nome na faixa “Paid in Full” (1987) de Eric B. & Rakim’s, Smokin Groove teve como objetivo provar o potencial comercial do hip-hop no mundo dos concertos – e foi comercializado para mostrar um lado mais positivo do gênero. Na resenha do New York Times sobre o show de estreia da turnê em Nova Jérsei, o escritor Jon Pareles certamente observou, “A maior parte do line-up representa uma alternativa ao hip-hop sexista e machista violento mais vendido. ” Edições futuras iriam incluir artistas como OutKast, Gang Starr, the Roots, Foxy Brown, Public Enemy, e Pharcyde, essa ideia sendo repetida várias vezes.

A corrida inicial de três anos do Smokin Grooves terminou em 1998, embora tenha retornado brevemente em 2002, para uma caminhada mais curta de 15 datas apresentando uma Lauryn Hill solo, Jurassic 5, Cee-Lo Green, e Truth Hurts. E agora, 16 anos depois, Smokin Grooves voltou como um festival de um dia organizado por Lewis e Goldenvoice, os promotores de concertos do sul da Califórnia responsáveis pelo Coachella. No dia 16 de junho, 38 artistas tocarão o concerto esgotado a bordo do transatlântico histórico Queen Mary, em Long Beach, Califórnia. O line-up inclui veteranos do festival Erykah Badu e the Roots, mas está cheio de jovens grupos de rap e soul como Miguel, Smino, e Ravyn Lenae. Se tudo ocorrer conforme planejado, esse reboot da edição do Smokin Grooves pode ser mais do que uma data única: Lewis diz que ele espera que retorne a sua encarnação de turnês no próximo ano.

Para entender o impacto do Smokin Grooves no hip-hop, e como refletiu no crescimento comercial e cultural do gênero, nós conversamos com os artistas, gerentes de turnê, e figuras dos bastidores que fizeram acontecer.



MICHAEL FRANTI [Spearhead]: Naquela época, hip-hop era conhecido por ter notoriamente os piores shows em comparação com os outros gêneros de música. Isso não era a verdade, mas essa era também a atitude predominante entre os promotores e fãs, pois os artistas do hip-hop não estavam realmente em turnês.

CARA LEWIS [agente de shows de longa data, organizador original do Smokin Grooves]: Naquela época, muitas pessoas consideravam o hip-hop uma fase. Artistas urbanos estavam com um grande problema em agendar shows em lugares grandes. Existia confusão entre promotores e consumidores, e problemas com o rap de gangster.

KEVIN MORROW [executivo original do House of Blues, organizador original do Smokin Grooves]: Todos esses gêneros começaram como o Velho Oeste – seja o hip-hop ou o rock’n’roll – e o Cara foi quem ajudou a transformar isso em negócio. Eu não lembro se foi ele ou eu que disse, “Ei, nós devemos fazer algo, ” mas nós percebemos como essa música ia se tornar um estilo de vida. Era mais do que apenas música. Então nós fomos para isso.

CARA LEWIS: O primeiro Smokin Grooves foi criado em resposta ao Lollapalooza, que tinha um line-up voltado para o rock-heavy. Eu queria criar uma turnê que pudesse atuar como um condutor para soul, hip-hop, funk, R&B e reggae se unirem. Kevin entendeu a mudança que a gente poderia criar colocando um festival na estrada que iria combater qualquer medo que existia sobre esse gênero de música e tocar em locais com a capacidade acima de 12 mil pessoas. Ele e House of Blues providenciaram parceria, apoio financeiro e patrocinadores para subscrever alguns custos para manter o preço dos ingressos razoáveis. Também tivemos a vantagem de fechar a turnê, já que 95% do talento veio da minha própria lista.



IMANI [The Pharcyde]: Construímos o nosso nome no segundo palco (do Lollapalooza de 1994). Não era pelo motivo de sermos famosos, era por que o público queria escutar esse novo grupo. Era uma energia diferente.

BOOTIE BROWN [The Pharcyde]: Quando tocamos no Smokin Grooves em 1997, era mais – eu não quero dizer introduzir a gente para o público negro, mas nos deu aquele selo de aprovação no qual a gente podia atravessar os dois lados da cerca. Nós não precisávamos tocar para uma audiência alternativa de maioria branca.

SLIMKID3 [The Pharcyde]: Era bom estar entre iguais.

DJ NU-MARK [Jurassic 5]: Estávamos sempre sendo convidados para essas turnês de rock que tinha essa coisa crossover com o hip-hop. Não incomodava a gente. Nós entediamos a demografia. Mas Smokin Grooves era diferente.

MICHAEL FRANTI: Quando a turnê estava sendo concebida, era como, “Isso vai ser hip-hop alternativo. ” Mas todos que estavam na turnê diziam, “Não queremos ser alternativos para alguma coisa, apenas queremos música boa. ” Mas a maior parte do trabalho era convencer os promotores de que isso poderia ser real e não apenas um DJ lá em cima em que as pessoas no gramado não iriam conseguir ver.

GARY BONGIOVANNI [fundador da revista de shows Pollstar]: As pessoas sabiam que o público estava lá pois você conseguia vender entradas para os shows, mas os problemas estavam em produzir o evento. Não foi desenvolvido propriamente para ser um grande negócio.

KEVIN MORROW: Houve turnês de hip-hop antes, porém elas ficaram marcadas pela violência.

GARY BONGIOVANNI: Smokin Grooves foi realmente uma turnê marcante, mas não tanto por conta dos artistas no line-up, mas pelo jeito que foi feito. Naquela época, existiam muitos problemas com turnês de rap, e vários promotores de concertos do mainstream não queriam ter nada a ver com eles. Muito disso era auto induzido pelos artistas e suas comitivas – brigas nos bastidores e todo esse tipo de coisa. Smokin Grooves trouxe uma perspectiva mais sólida: não era apenas uma festa móvel, era trabalho. Você vinha para o evento, mas não armado, você não entrava em brigas. Você fazia o seu show, e depois você ia para o próximo.



MICHAEL FRANTI: A atitude que prevalecia era de que hip-hop não enchia grandes lugares, e o público do hip-hop era muito perigoso. Havia medo de que houvesse tiroteios. Então quando nós começamos a turnê Smokin Grooves, eles tinham a segurança de que todos os artistas tinham que passar pelos bastidores.

CHUCK D [Public Enemy]: Violência não existia. Era tudo hype.

MICHAEL FRANTI: Muitos artistas estavam tendo problemas com a lei, e alguns tiroteios em alguns concertos, mas na minha opinião, foi exagerado. Havia medo de reunir grandes audiências negras. No fim, Smokin Groobves provou para os promotores que hip-hop era para todos os tipos de crianças.

KEVIN MORROW: Nós queríamos poder dizer para os promotores que era seguro de uma maneira que nada poderia dar errado. Eu digo, vamos falar a verdade, artistas também tem problemas. Não é sempre apenas os fãs. Eu entrei em alguns ônibus de turnê e conversei com os artistas. Nós tínhamos essas conversas. Nós tínhamos que ter certeza que iria funcionar nos dois lados – com os artistas e com o público.  

SLIMKID3: Parecia que eles colocavam esse tipo de pressão em todo show de rap, mas eles nunca colocavam essa pressão nos caras do rock. Era apenas uma coisa de preto. É um saco que as coisas foram para esse lado, e eram desse jeito.

ESTEVAN ORIOL [gerente de turnê do Cypress Hill]: Todos os promotores estavam assustados, e nós os tranquilizávamos; éramos fáceis de convivência. Eles estavam assustados com rap e que nós íamos fumar maconha, e que os policiais iam acabar com tudo. Mas assim que eles conheceram a gente, nós tínhamos aquele profissionalismo. Poderíamos acalmá-los e avisá-los de que tudo seria seguro, e que todos iam fazer dinheiro. Ninguém ia ser baleado no show, e que o FBI não iria invadir o local.

MICHAEL FRANTI: A turnê inteira foi em paz. Houve apenas uma vez em que uma briga ocorreu nos bastidores pois um convidado de uma das bandas pegou uma tigela de sorvete sem perguntar, eu acho. Foi o suficiente para jogá-lo para fora, mas essa é a única coisa que eu me lembro de ter acontecido em termos de qualquer tipo de briga.

ESTEVAN ORIOL: Eu tive uma reunião com todos os seguranças e disse, “Olha, caras, eu sei que todo mundo está assustado com os shows de rap, mas não se preocupem, nossos fãs fumam maconha. Eles são mais relaxados, legais, apenas curtindo o momento. Então qualquer coisa que vocês façam, não enforquem os filhos da puta. ”



CARA LEWIS: Cypress Hill tocou em todos os anos. Eles consideravam isso o acampamento de verão deles. Eles eram o ato definidor da turnê.

SLIMKID3: B-Real do Cypress era o nosso irmão mais velho. No Smokin Grooves, eu aprendi muito com ele. Toda vez que eu via ele, ele nos dava mais uma joia para avançarmos na nossa carreira – como um time, uma banda, e como um indivíduo também. Ele nos ensinou a cuidar da nossa base de fãs. Basicamente, é sobre sempre se controlar e ser possível fazer isso sem ter uma “atitude”. Ele nos disse que as pessoas passam por coisas, mas você ainda precisa estar bem e fazer isso para o público.

CHUCK D: Uma das experiências mais ricas daquela turnê era ver o comprometimento e dedicação do Cypress Hill com seus próprios fãs. Foi sobre isso que B-Real e eu construímos nossa amizade. Cypress Hill foi o mais próximo de atingir o que o Public Enemy fez em anos. Eles faziam o show e depois estavam com os fãs assinando autógrafos, sendo muito proativos sobre o que deveria ser a experiência entre fãs e artistas de hip hop.

MICHAEL FRANTI: Quando o Smokin Grooves começou, foi exatamente quando “Killing Me Softly” explodiu, e o Fugees se tornou uma banda que podia esgotar os ingressos de lugares grandes. Era interessante, pois Ziggy (Marley) estava encerrando o show; para os promotores, ele era conhecido por conseguir vender ingressos. O Fugees era a terceira atração, mas eles tinham aquela canção que estava no top das paradas por todo o verão. Eles sopraram muito vento nas velas, e sem esse momento, poderia não ter tido outra turnê como aquela; não teria sido um sucesso, promotores não teriam pensado em fazer no ano seguinte.  

CARA LEWIS: Estávamos capturando o exato momento quando a música urbana estava começando a se tornar popular no rádio e na MTV.



CHUCK D: Fomos a atração principal do Smokin Grooves em 1998. Naquela época, tínhamos um currículo legítimo de galpões, áreas e instalações grandes o suficiente para uma turnê. Embora você tivesse atos que vendiam discos, eles eram considerados riscos de seguro, portanto, eles precisavam obter uma atração principal que pudesse ser responsabilizada por isso, além de ser responsável por uma turnê que começaria bem e terminaria bem.

WILL.I.AM [Black Eyed Peas]: Foi algo que mudou a minha vida. Você é dos conjuntos habitacionais, você é pobre. Você tem um sonho de fazer música. Ninguém acredita em você. Você faz um barulho. Você está tocando por toda a Califórnia, em todos os colégios. E então o Cara Lewis se torna seu agente de turnê. E você começa a sonhar alto. E então tudo se concretiza. E então você sai em turnê abrindo para o Public Enemy, Cypress Hill, Busta Rhymes, Gang Starr. É o melhor jeito de crescer como grupo.

E é por isso que o Black Eyed Peas conseguiu sustentar o sucesso. Se você tem apenas um hit na caixa, você não consegue sustentar isso. De baixo para cima, de cima para o espaço, foi o que fizemos. E foi o Smokin Grooves que nos mostrou como potencialmente grande pode ser, e nos deu as aspirações e a ousadia de sonhar ainda mais – essa experiência de ver o mundo com os seus heróis. Nós éramos apenas um circo da arte do centro da cidade, assistindo cultura, sendo parte da cultura. Pulando em Raleigh, Norte da Carolina durante um furacão. Pulando em Nova Orleans no húmido, quente calor. Pulando no Kansas, tipo, “Yo, estamos em Kansas, bro!” Você está vendo a América.



GARY BONGIOVANNI: Smokin Grooves também investiu em produção de palco, não era apenas um cara falando no microfone.

DJ NU-MARK: De volta aos anos oitenta, eu sempre amei ver o LL Cool J surgir no palco de uma boombox, e a plateia enlouquecia. Então, para o Smokin Grooves, eu disse, “Vamos surgir de um enorme toca discos. ” Então nós tínhamos essa grande Technics 1200 que abria e os MCs surgiam na primeira música e mandavam os seus versos. Eu não sei se era o Andre 3000 ou Big Boi, mas um deles estava gritando para o agente de turnê dele, assim, “Esses caras estão saindo de um toca discos gigante, e tudo que a gente tem é esse cenário! ”

CHUCK D: Wyclef Jean trouxe o Canibus fazendo rap contra um leão. Eles trouxeram um leão para o palco – um leão vivo. E o Canibus cuspiu versos para o leão. O leão estava altamente sedado, mas eu e o B-Real rimos disso toda vez. Eu não consigo imaginar algo mais bizarro do que isso num palco de rap.



DJ NU-MARK: Eu estava viajando com o set solo da Lauryn Hill. Ela tinha o violão dela, e eu pessoalmente apreciei ver ela se revelar completamente sem uma comitiva, ou uma bateria eletrônica, ou um DJ por trás dela. Era como olhar para a alma dela.

TRUTH HURTS [cantora, uma vez protegido pelo Dr. Dre]: O Prince era o meu favorito desde que eu era uma pequena garota, e até pintei o meu cabelo de roxo quando estava no ensino médio e fiz as pessoas me chamarem de Pricess. Eu escutei que ele estava na plateia (em Mineápolis) e eu quase surtei. Eu disse, “Eu tenho que ir até lá e ver esse homem. ” Andando até ele, eu estava, “Oi, eu tenho que ser a sua maior fã. Meu nome é Shari, vulgo Truth Hurts.” E ele me olhou e me deu toda essa vibe Prince e disse, “Ok, eu estou aqui para ver a Lauryn Hill. ” Eu quase morri. Mas foi incrível estar cara a cara com ele naquele momento.



WILL.I.AM: Pode ser um line-up cheio de bandas diferentes, mas quando você está no Smokin Grooves, a banda é o Smokin Grooves.

CHUCK D: Pois Smokin Grooves em 1998, como toda turnê de rap, foi um sucesso, abriu as portas para a turnê Hard Knock Life (JAY-Z and DMX’s) e a turnê Up in Smoke com Dr. Dre e Eminem. Essas turnês não poderiam ter sido possíveis se não fosse pela Smokin Grooves.

CARA LEWIS: Assim como muito festivais que criam algo do nada para público carentes, os artistas no line-up conseguiram carregar suas próprias turnês como atração principal e, portanto, eram muito caros para apoiar o modelo de negócios do Smokin Grooves.

KEVIN MORROW: Artistas não querem fazer parte de algo em que a marca ofusca o artista. Por qual motivo Lil Wayne iria querer fazer parte de algo se o próprio Lil Wayne consegue esgotar os ingressos ele mesmo?

CHUCK D: Em 1998, a coisa toda era que os grupos mais antigos precisam trazer os mais novos para perto, e foi por isso que tivemos orgulho de fazer parte. Eu acho que o que derrubou o hip-hop nos últimos 15 anos é que os grupos mais antigos evitaram essa responsabilidade.

GARY BONGIOVANNI: Nesse ponto, você vê rap e hip-hop no Coachella ou em qualquer festival popular de rock. Alguns anos, como este ano, é realmente pronunciado.

CARA LEWIS: O momento pareceu apropriado para reintroduzir a marca como um festival de um dia para iniciar uma turnê por 15 cidades em 2019.

ALINA BARAZ [cantora de 24 anos, atração do Smokin Grooves 2018]: Eu amo festivais em geral, mas esse tem o line-up mais legal que eu já vi. São tantas pessoas que eu pessoalmente escuto. É a minha lista toda no Spotify.


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