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Dicas de quarentena #104: “A república das milícias”, por Bruno Paes Manso




Lançado em outubro deste ano pelo jornalista Bruno Paes Manso (@manso.b), o livro “A república das milícias: Dos esquadrões da morte à era Bolsonaro” conta como nos últimos vinte anos as milícias ganharam corpo e território no Rio de Janeiro. Em um cenário de ausência do poder público, uma nova forma de gestão de território, formada por policiais, bombeiros, guardas municipais, vigilantes, agentes penitenciários e militares, fora de serviço ou na ativa, cresceu nas periferias da Cidade Maravilhosa.

Bruno mostra de forma clara no livro como os milicianos construíram um tipo “liderança” nas comunidades mais pobres do Rio se utilizando do medo e da violência. A naturalidade na qual os entrevistados contam suas histórias e a riqueza de detalhes, principalmente os crimes cometidos pelos milicianos, é de dar um nó na garganta. O autor consegue mostrar para o leitor que não há dúvidas sobre as ligações entre policiais, o tráfico, o jogo do bicho e o Estado.

Com cerca de 300 páginas, um dos méritos da obra é apresentar alguns personagens que ficaram conhecidos do grande público a partir de 2018. Entre eles estão Fabrício Queiroz, Adriano Magalhães da Nóbrega e Ronnie Lessa, os três envolvidos com as milícias do Rio de Janeiro e laços com a família Bolsonaro. Outro ponto importante do livro é que o jornalista tenta jogar um tipo de luz sobre a experiência sombria que o Brasil vive atualmente, traçando uma linha que vem desde os esquadrões da morte formados nos anos sessenta, chegando até a eleição de Jair Bolsonaro para a presidência da república.





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