Escrito
pela autora Lygia Fagundes Telles, o romance “As Meninas” fala a respeito de
três jovens universitárias que moram em um pensionato de freiras e são amigas.
Lorena, a mais intelectualizada do trio, vem de uma família tradicional rica;
Lia, também conhecida como Lião, é uma filha de baiana com alemão e milita
contra a ditadura militar; e Ana Clara, a mais bonita, mas também a mais
problemática, vive buscando consolo de seus problemas existenciais nas drogas.
O
livro se passa, mais ou menos, durante o final dos anos sessenta, época do
início de maior repressão do regime militar brasileiro, após a instauração do
conhecido AI-5 (1968). Ao longo de quase 300 páginas, a obra trata de diversas
questões, que muitas vezes são tratadas como tabu, mas que fazem parte do
universo feminino, como por exemplo a questão sexual. É difícil lembrar, não
apenas na literatura brasileira, livros no qual os protagonistas são mulheres e
esses protagonistas sejam personagens tão fortes e ricos, uma das principais
virtudes da escrita de Lygia nesse romance.
De
início “As Mulheres” pode parecer um livro um pouco difícil de ser lido, pois a
autora não se utiliza de uma escrita mais tradicional para contar essa
história. Durante todo o romance ela vai trocando entre as três protagonistas,
além de um narrador observador, para contar os eventos do livro. Para alguns
leitores isso pode ser um pouco difícil, mas esse é um dos elementos que torna
essa obra uma das principais da nossa literatura.
Mesmo
após quase 50 anos do seu lançamento, “As Meninas” de Lygia Fagundes Telles
continua ainda sendo um dos melhores romances escritos nesse país e uma leitura
que mescla ficção com realidade de maneira fresca e de grande impacto emocional.
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