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Procurando por Evan Dando

Observação: o texto abaixo é uma tradução livre da matéria publicada no link abaixo em 25 de fevereiro de 2022 por Naomi Fry e Alissa Bennett.

https://www.interviewmagazine.com/music/searching-for-evan-dando


ALISSA BENNETT: Sonhos se tornam realidade? O Segredo realmente funciona? É possível que às vezes, nossos mais profundos anseios conseguem tocar na estática caótica do universo e gerar uma ordem perfeita da pilha de roupa sujas das nossas vidas? Nós não sabemos! Naomi e eu não fizemos um painel semântico ou cantamos um mantra, ou participamos de uma visualização criativa para assegurar nossa entrevista com Evan Dando. Nós nem escrevemos um discurso apropriado ou enviamos algum tipo de evidência da nossa integridade jornalística. Ao invés disso, nós pedimos 700 vezes em 700 formas diferentes e decidimos que não aceitaríamos não como resposta.

Como líder dos Lemonheads, Evan Dando era a estrela do rock sexy e intocável dos nossos sonhos do começo dos anos 1990, o entusiasta de mau comportamento que dava entrevistas sobre seus problemas com drogas, conhecido por desaparecer do palco, e escrever canções que faziam a gente perdoar ele por tudo isso. Ele era um elfo e um imp, namorador de super modelos e atrizes, o namorado nada confiável que aparece na porta da sua casa, seu pescoço cheio de chupões e cheirando o perfume de outras mulheres. Assim como legiões de outras jovens da geração X, nos amávamos Evan Dando. E a gente se sentia que talvez ele finalmente nós amaria de volta, se ao menos pudéssemos chegar perto para mostrar quem a gente era.


Profissionalismo é um crime de ódio, então nossas primeiras solicitações foram pelo Twitter. “Podemos te entrevistar, Evan?” Nós escrevemos diversas vezes, finalmente admitindo derrota quando ele não respondia. “Eu não acredito @evan_dando está nós ignorando”, eu twittei esperando que ele me notasse mas implacável quando ele não me notou. Uma amiga de Naomi sentiu pena de nós e mandou o número de telefone de Evan, uma extensão de Las Vegas na qual a gente mandou várias mensagens por dias seguidos. “Essa sou eu numa camiseta do Hate Your Friends numa praia com 15 anos de idade!” Eu escrevi para ele abaixo de uma foto instantânea desbotada de mim mesma, esperando entusiasmo, mas não encontrando. “Vamos te levar para dar uma volta de carro!” Naomi escreveu. “Você pode fumar no carro!” Não importou para nenhuma de nós que ele não respondeu.

Eu fiquei sabendo que Evan estava oferecendo seus serviços no aplicativo Cameo, então a gente decidiu desembolsar os $175,00 que ele cobra para uma mensagem personalizada e uma música acústica. “Nós queremos te entrevistar para a revista Interview!”, a gente escreveu ao invés do pedido de música. “Diga sim!” Mas o nosso Cameo veio sem uma resposta, apenas com um vídeo de Iphone gravado de cabeça para baixo do Evan cantando um versão triste de uma música dos Louvin Brothers, acompanhado de um breve non sequitur abordando os prazeres de não ser mais uma estrela do rock. Nós pesamos se estávamos sendo muito intensas, se a nossa ânsia tinha se desviado para algo mais sombrio e ameaçador. Estamos assustando Evan Dando? “Eu não estou preocupada,” eu disse para Naomi. “Ele vai nos amar”.



NAOMI FRY: Nós decidimos abandonar nosso método “faça você mesmo” e deixar as coisas mais profissionais. Nós somos adultos, não somos? Um outra amiga minha tinha observado nosso triste pedido no Twitter, e, querendo ajudar, descolou o e-mail do empresário de longa data do Dando. Talvez ele pudesse fazer o nosso sonho se tornar realidade? Numa tentativa de maximizar nossas chances, eu decidi usar o meu e-mail da revista New Yorker. Se isso ajudou ou não, não sabemos, mais o empresário, John, respondeu rapidamente. Ele adoraria se fizéssemos algo com Evan, escreveu ele. Afinal, um box do disco “It’s a Shame About Ray” dos Lemonheads ia ser lançado no começo de 2022, em comemoração ao 30º aniversário do álbum. Os Lemonheads estavam em turnê pela Costa Leste, na verdade, e ele conseguiria nos conectar com Jim, o empresário de turnê da banda. Nós poderíamos entrevistar Evan enquanto eles estavam em Nova York para tocar no Irving Plaza.

Nós íamos finalmente conhecer Evan Dando? Não conseguíamos conter nossa empolgação. Mas então, nada. Jim parecia se esquivar de nós. Será que eles estavam na nossa cola? Conseguiam sentir o nosso anseio? “Eles estavam, ‘talvez essas pessoas vão desistir’,” dizia a mensagem da Alissa. Depois de oito dias, nós finalmente recebemos uma resposta. Evan estaria disposto de encontrar com a gente antes da passagem de som, por 90 minutos, no dia do show, mas ele não queria sair do prédio. Isso jogou um balde de água fria no nosso plano original (um passeio de carro, fumar no carro, etc.), mas quem se importa? As coisas estavam acontecendo.



BENNETT: Uma hora antes da nossa reunião, Jim, o empresário de turnê (que nos contou que seu apelido antes era “Tio Diversão”) trouxe a notícia que a nossa entrevista estava cancelada, pois Evan precisava descansar. “Nós vamos de qualquer jeito”, dissemos para ele, com inveja de que Sinna, a fotógrafa, continuava convidada para tirar fotos, mas nós tínhamos sido excluídas do Eden pois gostávamos de conversar. Fizemos diversas ameaças veladas, insistindo que íamos escrever nossa história com ou sem a cooperação da sua estrela. Nós não precisávamos mais de Evan pois agora estávamos carregados por sua rejeição. “Venham para a passagem de som. Talvez ele amoleça,” Tio Diversão tentou nos encorajar através de uma mensagem de texto. “Ele vai nos amar,” eu disse. “Ele vai amolecer!” Para ser honesta, nós tínhamos nos humilhado demais para recuar agora.

Duas horas depois, eu me encontrei a espreita do lado de fora do Irving Plaza, esperando Naomi chegar pois eu não consigo fazer nada sozinha. Eu entrei em pânico quando vi Sinna e Evan cruzando o Irving Plaza e andando na minha direção, dando risada como se fossem amigos de longa data. Evan não me pareceu cansado. “Sinna!” Gritei para esses dois estranhos que não tinham a mínima ideia de quem eu era. “Sou eu! Alissa!”.

Eu me desculpei para o Evan, tocando seu braço como Dale Carnegie diz que você deve fazer e repetindo seu nome tantas vezes que pareceu não significar mais nada. Ele me contou sobre seu ônibus de turnê (“Tem um banheiro”) e seu hotel (algum lugar chamado Moxy). “Você não acha que seremos melhores amigos?” eu perguntei. “Provavelmente,” ele respondeu, sorrindo antes de ir embora. Estava frio e começou a chover. Eu percebi que Evan não estava usando um chapéu, e de repente eu me senti muito protetora.



FRY: Enquanto eu dirigia o meu carro do Brooklyn para a cidade, meu estômago revirou. Encostando o meu carro em um miraculoso estacionamento algumas quadras do Irving Plaza, eu tentei me recompor enquanto andava para o oeste, mas a minha calma colapsou quando eu avistei Alissa conversando com Sinna e Evan do lado de fora do Irving Plaza. Eles já eram amigos! E se eles não me aceitassem no grupo deles? Eu me apresentei, balançando a mão larga do Evan e com uma conversa casual e sem sentido. Uma breve troca de olhares com a Alissa me mostrou que a gente ainda se sentia como duas adolescentes. Para enturmar, Alissa e eu, nervosas, acendemos nossos cigarros. Nós duas sabíamos que ele tinha enfrentado alguns anos difíceis, mas ele parecia lúcido, e, olhando para ele, nós duas sentíamos que ele ainda tinha um charme de homem mais velho, tipo Karl Ove Knausgård, mas de New England (Escandinávia da América).

Sinna e Evan desapareceram através de uma porta lateral no local a meio quarteirão, e nós ficamos para atrás para terminar nossos cigarros. Adentrando o Irving Plaza, nos reunimos com Evan e Sinna nas entranhas do local. Ainda incomodada pela memória da indiferença de Evan por nossas mensagens, decidimos ligar para o número que tínhamos dele, enquanto ele ficava próximo da gente, alheio as nossas risadas juvenis. Quando seu telefone continuou silencioso, demos conta que talvez tivéssemos um número antigo ou um número errado, e que ele não estava nos ignorando de forma nenhuma. Já nos sentíamos mais calmas. Decidimos dar ao nosso novo amigo um pouco de espaço, enquanto ele passava o som.

Depois de conhecer em pessoa um agradável mas estressado Tio Diversão (“Eu estou um pouco no limite”), nos amontoamos na parte de trás do local assim que a banda se reunia no palco para a passagem de som. Sinna tirou fotos, assim como nós, mas a maioria uma da outra, em diversas poses de costas para o bar do Irving Plaza, enquanto a banda tocava pedaços da música “My Drug Buddy”, um som icônico da nossa juventude. Concordamos que eles soavam muito bem. “Nós te amamos, Evan Dando!” Alissa gritou, sua voz ricocheteando nas paredes quase vazias do lugar.

Mesmo após a passagem de som, no entanto, Evan não parecia muito interessado em falar com a gente. A gente queria conquistar ele, mas ele continuava a se esquivar, andando um degrau de escadas e descendo outro enquanto a Sinna tirava fotos e nos atrasávamos. Para comemorar nossa jornada, Alissa tirou uma foto de uma bituca de cigarro que Evan jogou no chão. Mas agora Evan queria fumar outro cigarro, e um cara do Irving Plaza nos disse que a gente poderia ir para o “quintal”. Nos encontramos numa viela com um monte de latas de lixo. Alissa envolveu Dando em algumas leves perguntas a respeito da cena musical de Boston nos anos 1980 e 1990, e mostrou um vídeo para ele do seu filho de 10 anos tocando bateria, sugerindo que ele poderia substituir o atual baterista dos Lemonheads. As coisas estavam esquentando.



BENNETT: Eu sabia que a gente tinha conquistado o Evan quando ele nos levou para o camarim e comeu um copo de iogurte na nossa frente. Pareceu uma coisa tão íntima, um tipo de comida que a gente consome apenas na frente de pessoas que a gente ama ou melhores amigos. A gente contou para ele sobre a nossa saga, como a gente perseguiu ele, como a gente ficou brava por ele nos ignorar, mas que a gente sempre soube que no final a gente ia acabar juntos na mesma sala, cercados por iogurtes e protegidos por um segurança que não ligava para as nossas credenciais de imprensa.

Sentados juntos, Evan nos contou que recentemente o seu pai tinha falecido, um trauma que resultou em uma recaída e um novo período em uma clínica de reabilitação em Pasadena. Após ele sair de lá, ele vagou por Los Angeles em um tipo de fuga dissociada por 15 horas, vagando pelas tendas do bairro de Skid Row, mas que não conseguia se lembrar. Olhei para Evan em seu moletom de Nova York, uma pequena mochila a seus pés e um copo de plástico derretido cheio de chá quente fervendo na mesa à sua frente. “A gente quer que você fique bem, Evan,” eu disse para ele, apenas entendendo depois que isso é o que as mulheres querem nos últimos 30 anos. “Fique bem,” eu disse. E era sério.

A gente perguntou sobre a sua vida em Martha’s Vineyard, local em que ele mora quando não está em turnê, e ele nos disse sobre seu trailer, admitindo que ele estava nervoso de voltar pois era uma capsula do tempo dos seus problemas recentes. “Você precisa de uma lixeira?” perguntamos para ele. “Você tem uma animal de estimação? Você tem chinelos e um roupão?” “Você vai me ajudar a limpar?” ele perguntou. Sim, a gente respondeu. Somos especialistas em limpeza. Trocamos números, o corretos dessa vez, ansiosas em fazer planos para que pudéssemos reformular a vida de Evan Dando. Eu iniciei uma nova conversa em grupo, radiante de orgulho quando ele olhou para uma foto minha adolescente. “Gracinha”, ele disse, os 30 anos entre aquela época e agora reduzindo-se a nada.

Quando o Tio Diversão voltou para a sala, ele anunciou que a mãe e a irmã do Evan tinham chegado. Eu olhei para a Naomi. Nós conseguimos. Somos Dandos agora.



FRY: A próxima hora foi como um borrão. Nós conversamos com a mãe do Evan, Susan, uma animada e deslumbrante mulher nos seus mais ou menos 85 anos, usando jeans, botas e um suéter cor de creme. Ex-modelo, ela parecia muitas décadas mais jovem do que a sua idade indicava. Ela nos contou que agora ela era corretora de imóveis como profissão em Providence. A muito legal irmã mais velha do Evan, Holly, que é assistente social, também estava lá. Tio Diversão foi liberado para ir comprar pizza, e, depois que ele retornou, a família inteira se sentou no sofá para comer. As mulheres ficaram muito contentes de saber que Evan ia se juntar a elas para o dia de Ação de Graças na casa de um amigo em Battery Park City. Elas estavam claramente interessadas em seu bem estar, e aliviadas de ver ele bem. Eu escutei Susan dizer que ele deveria usar um capacete quando ele fosse andar de skate (seu tipo de exercício, ele nos contou antes). “Essas meninas são gente boa. Elas vão me visitar”, Evan contou para sua mãe, apontando para mim e Alissa. Nós enchemos de orgulho.

Nesse momento, estávamos mais soltas. Eu dividi um pedaço de pizza vegetariana com Sinna (nota 7, mas a gente estava com fome) e eu e Alissa abrimos algumas garrafas de cerveja. Nós sentimos ousadas o suficiente para perguntar Evan quem ele namorou no colegial, e ele nos disse sobre uma namorada séria que ele não conseguia não trair, parecendo com um certo remorso. Evan esfregou as costas da mãe dele e eles tiraram uma selfie juntos. Holly nos contou sobre um companheiro de trabalho, e Sinna nos juntou para um retrato de família (eu era a prima judia). A banda de abertura estava tocando, e sabíamos que em breve o momento chegaria. Nós iriamos ver os Lemonheads, mas dessa vez, o sentimento em escutar as músicas ia ser diferente.



BENNETT: Eu fiz o meu melhor diversas vezes para contar aos Dandos que New England era o meu lar ancestral, minha voz subindo a cada gole de cerveja. Eventualmente, não havia mais nada para dizer sobre Rhode Island, e quando Evan pediu licença para conhecer uma moça chamada Brandi, que o segurança não deixava entrar, saímos para visitar meu ex-namorado, que coincidentemente trabalhava no bar. Eu não senti nada quando o segurança nos disse que a gente tinha perdido o privilégio executivo e não poderíamos voltar para a sala. “Claro”, eu gaguejei, sem me incomodar com a sua ameaça, já que éramos do círculo interno do Evan. Me ocorreu que talvez eu quisesse um dos Adderall que estavam passando de mão em mão pelos músicos. Eu antecipei uma ressaca, e eu estou aqui do futuro para te dizer que eu não estava errada. No bar, Naomi pegou seu gravador e pediu para o meu ex recontar todo o arco do nosso relacionamento enquanto a gente bebia vodca tônica e enaltecíamos o nosso sucesso. A gente tinha conseguido, dissemos para ele. Nós éramos melhores amigos do Evan Dando, e não é que ele estava arrependido de ter me dispensado tão miseravelmente mais de uma década atrás? (Ele não estava).

Quando o show dos Lemonheads começou, fomos diretos para a área VIP, onde nos cantamos todas as músicas e mais uma vez eu gritei, “Nós te amamos, Evan!” no éter. “Essa é a melhor noite da minha vida,” Sinna disse antes de uma mulher me perguntar se a gente “era do Vineyard.” Naomi e eu reviramos os olhos, insultadas que essa filisteu não reconheceu como importantes a gente tinha se tornado no decorrer da noite.

Nós queríamos parabenizar Evan quando o show terminasse. Ele era tudo aquilo que a gente tinha sonhado, então a gente se dirigiu para a porta fechada do camarim para dizer tudo isso para ele. “Vocês não podem entrar aí”, o segurança nos disse. “Vocês tem que sair. Agora.” Eu reparei o Tio Diversão ali perto e implorei para ele dizer para a gerência que a gente era especial, que a gente podia ir a onde a gente quisesse. “ELES NÃO QUEREM NOS DEIXAR ENTRAR DE NOVO NO CAMARIM, TIO DIVERSÃO!” eu chamei, vendo ele varrer o chão como se a noite tivesse terminado. “Existe uma razão para isso,” ele gritou de volta, quebrando os nossos corações em mil pedaços. “E que tal aquele meu Adderall?” Eu choraminguei para Naomi e Sinna enquanto descíamos as escadas.



FRY: Perplexos, começamos a nos dirigir para a porta da frente do local. Não havia mais nada para fazer. Como era possível que as coisas tivessem terminado dessa forma? Na escada, a gente passou pelo baterista dos Lemonheads, no qual a gente foi apresentado brevemente no camarim. “Você só se importou comigo quando me viu no palco,” ele disse para a Alissa de forma acusatória. Claramente ele estava chateado, assim como nos. O mundo é cheio de tristeza, e o raio de luz que nos saudou lá fora eram as lágrimas de Deus. Nós acendemos nossos cigarros, enquanto a Alissa abordava o cabeludo técnico de som, que disse que seu nome era Andy. “Nós vamos escrever coisas boa a seu respeito, Andy,” Alissa disse, colocando sua cabeça no seu ombro enquanto Sinna tirava algumas fotos. Ficamos choramingando no ouvido de Andy sobre o nosso exílio da cidade de Dando. Ainda tínhamos muito a dar.

Alissa pediu um Uber, enquanto Sinna e eu fomos em direção ao meu carro. Mas será que as coisas realmente tinham terminado? A gente tinha agora o número de telefone do Evan. Talvez fosse o momento de apostar todas as nossas fichas naquela conversa em grupo? Se alguém apostou que a gente tinha desistido assim tão fácil, talvez eles tivessem outra dupla de garotas em mente. A gente não podia esperar para visitar o Vineyard.

BENNETT: Na noite passada, nosso grupo de conversa (nós chamamos de “Sinna, a Fotógrafa” para que Evan não se confunda com quem ele está falando) recebeu o mais recente de uma cadeia de vídeos do nosso amigo estrela do rock. Neles, ele se senta na praia, sua cabeça coberta por um gorro, voz clara e olhos brilhando. Ele está tocando seu violão com o sol indo embora atrás dele, selvagem e amarelo contra o mar. “Isso é lindo,” Naomi escreveu para ele, e eu achei que ela estava certa. Eu achei que era lindo também. “Nós te amamos, Evan!” eu mandei para ele, confiante o bastante na nossa amizade de que eu não precisava mais esperar que ele respondesse de volta.

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