É por volta das 21 horas e 30
minutos no Sesc Pompeia, quinta-feira (29), região oeste da capital paulista. Noite
agradável, com os termômetros marcando quase 20 graus. Em frente ao Sesc, uma
galera entre 16 e 30 anos se reúne, batem papo, bebem uma cerveja - apenas os
maiores de 18, claro – e fumam o último cigarro antes da apresentação da
sensação indie paulista, a banda Terno Rei - sim, mais um grupo com Terno no
nome.
Juntos desde 2010, o quarteto
lançou seu novo trabalho, Violeta, no
começo deste ano. Segundo a imprensa especializada, o disco é um dos melhores
lançamentos deste ano até o momento – por aqui eu já falei desse álbum e você
pode conferir no link.
Com um toque mais pop do que Essa Noite Bateu Com Um Sonho de 2016, Violeta ainda possui os elementos que
fizeram com que Terno Rei despontasse, um rock alternativo influenciado por
bandas de shoegaze e dream pop como o My Bloody Valentine. Além das músicas
serem ótimas, a capa é simplesmente maravilhosa, um bom gosto ímpar dos
rapazes.
Quando o relógio do Sesc
marcou 21 horas e 40 minutos, a comedoria já estava lotada e Ale Sater (baixo e
vocal), Bruno Paschoal (guitarra, vocal e sintetizadores), Greg Maya (guitarra
e sintetizadores) e Luis Cardoso (bateria) subiram ao palco para a alegria
daquela galera que estava fumando aquele último cigarro do lado de fora.
Com mais ou menos 60 minutos
de apresentação, a banda tocou o disco novo na íntegra. Onze faixas que os fãs
conheciam de cor cada palavra que Ale cantava de uma forma melancólica, mas ao
mesmo tempo doce. Não tem como não se envolver com o som deles. O baixo, as
guitarras, a levada da bateria, os sintetizadores, tudo isso para criar uma
atmosfera quase hipnótica. Uma energia com a plateia que poucas bandas dessa
nova geração conseguem produzir. O repertorio ainda inclui mais três músicas de
trabalhos anteriores.
Além do show ter sido ótimo, quero destacar dois pontos que eu achei bem
legal.
O primeiro foi a participação
da Lio Soares do trio curitibano Tuyo na música “Medo”. Ela dividiu os vocais
com o Ale e ficou muito legal.
O segundo ponto, e isso me
deixou muito feliz, é ver que tem uma nova geração, uma galera bem jovem,
apoiando a cena nacional. Sim, Violeta tem
uma roupagem mais comercial e os meninos são bonitinhos, mas mesmo assim tem um
público novo que prefere passar uma noite de quinta no Sesc Pompeia, ouvindo
música boa, comprando Violeta em
vinil e as meias de gosto duvidoso que a turma simpática da lojinha estavam
vendendo do que ir ao Villa Country.
O relógio do Sesc Pompeia
marca 22 horas e 35 minutos e o Terno Rei está finalizando sua apresentação com
“Criança” do penúltimo álbum, deixando um gosto de quero mais na boca e ouvidos
dos presentes. Eles, claro, agradecem a todos os presentes e prometem voltar a
tocar em São Paulo em breve, algo que conforta os fãs paulistas.
Voltando para casa a letra de
“Dia Lindo” conforta a minha alma e provavelmente a de muitos que estiveram
presentes no dia em que o Terno Rei coloriu o Sesc Pompeia de violeta...
“E a previsão de tempo
errada, diz que o dia hoje seria frio, mas hoje fez um dia quente, hoje fez um
dia lindo”.
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